A "outra" auto biografia
Desde o egocentrismo até ao ecocentrismo.
Desde o egocentrismo até ao ecocentrismo.
Helder Valente nasceu dentro de uma familia humilde de agricultores nas montanhas da serra do Montemuro no norte de Portugal e desde criança foi exposto a um contexto na sua família onde se praticavam mezinhas e conhecimentos populares que se arrastam muito além da memória do tempo.
Tanto a sua avó paterna como a sua avó materna eram curandeiras que recebiam pessoas na sua casa para tratar problemas espirituais que assolavam as pessoas daquela região.
Desde problemas de mau olhado, lombrigas, estranhas irritações da pele, problemas com bébés ou o chamado "ar da noite" dos espíritos nocturnos, eram muitas as visitas das pessoas enfermas daquele entorno.
O facto de ter crescido neste ambiente deixou marcas muito profundas e Helder sempre foi crescendo com uma sensibilidade muito grande tanto para as pessoas como para a natureza, através de formas que muitas vezes ele próprio não conseguiu compreender e gerir e isso levou-o a viajar em busca de respostas sobre qual seria o seu papel neste planeta e de que forma dirigir a sua vida, sempre com uma vocação muito grande para estar ao serviço da natureza e dos humanos.
Enquanto ainda adolescente percebeu os desafios ligados aos sistemas sociais que vivemos e isso fez com que se dedicasse profundamente a descobrir essa memória espiritual das suas avós e começou a estudar a religião originária da península ibérica, o paganismo lusitano e celta através da Wicca e das manifestações metafisicas da natureza associado ao seu profundo interesse em botânica e plantas medicinais.
Este foi o inicio duma longa aventura de estudo e investigação que o levou a tentar descobrir quais as linhas comuns entre todas as religiões e linhas espirituais.
Do wicca passou ao gnosticismos, cristianismo primitivo e os evangelhos gnósticos, e mergulhando na cabala estudando o tarot, a numerologia a leitura das mãos e desenvolvendo uma grande paixão por oráculos, daí passou pelo budismo estudando o livro tibetano da vida e da morte e especialmente o budismo xamanico de Bon, depois investigou a mitologia romana e grega com as suas origens na mitologia egipcia e o estudo do grande Hermes Trimegisto e o livro egipcio dos mortos, desde aí passou também pela mitologia olmeca, maia e asteca tendo o livro do Popol Vuh como referência, mas foi no conhecimendo dos Vedas da India que Helder encontrou uma ampla paisagem de investigação em livros como os Upanixades o Mahabharata e o Bhagavad Gita que o levaram a despertar uma curiosidade muito grande sobre qual é realmente a origem e o propósito do ser humano neste planeta.
Essa curiosidade sobre o nosso desenvolvimento como civilização tornou-se um tema demasiado misterioso e pouco palpável então Helder decidiu focar mais numa linha comum a todas essas abordagens espirituais que era a linha dos oráculos e foi no I-ching e o livro das mutações que fez com que a sua investigação tomasse uma nova direcção mais orientada à aplicação prática do conhecimento e tentar realmente perceber onde estava a verdade e o Tao.
Foi então que aos 18 anos lhe foi apresentada a Permacultura e foi então que tudo começou a ganhar uma nova forma de ser muito mais enraizada na natureza e no funcionamento do planeta do que no funcionamento do cosmos, seguindo a velha máxima do hermetismo de que o que está em cima está em baixo e o que está dentro está fora e também a directiva do Oraculo de Delfos de que "Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses".
Daí surgiu um regresso à sua origem com a abordagem Wicca e o seu interesse pelo mundo do xamanismo e da ligação e revêrencia profunda da natureza e dos seus espíritos animais vegetais e dos elementos, isto associado à busca pelo autoconhecimento levou a que Helder fizesse a sua primeira grande viagem ao Brasil em 2003 e com 23 anos a tomar pela primeira vez o Ayahuasca com o grupo do Santo Daime naquilo que foi uma experiência que mudou profundamente a sua vida e que o lançou numa nova aventura de se comunicar com energias mais subtis a outro nível de consciência.
Este processo fez com que Helder se activá-se numa entrega a outro nível ao propósito de que a sua vida fosse para compreender mais sobre essa comunicação com os mundos invisiveis e desde então frequentou outras experiências com Ayahuasca e outras medicinas dentro das mais conhecidas escolas de conhecimento xamânico, junto do União do Vegetal e o Caminho Vermelho e outras linhas de pensamento.
Durante este periodo e enquanto estudava Carlos Castanheda e por autogestão passou por uma conexão muito profunda com as plantas do género botânico Datura também conhecido por floripôndio ou Toé, e que por coincidência lhe concedeu como espírito protector uma das plantas de poder mais respeitadas dentro do mundo do xamanismo tradicional e moderno.
Seguindo estes processos transformadores profundos e ainda com muitas perguntas Helder dedicou-se ao ensino da Permacultura e de como desenvolver uma conexão profunda com a Natureza não apenas ao nível de admirar e conectar com a sua beleza e harmonia mas também ao nível de regenerar ecossistemas degradados e reabilitar criando abundância para os ecossistemas e para os humanos.
Todas estas experiências e por capricho do destino fizeram com que Helder fosse chamado pela primeira vez a esse país que o iria marcar profundamente, o Peru.
Mudança essa não apenas por em jovem ter lido "A profecia celestina" e "A serpente cósmica" e a sua vida ter sido profundamente influênciada por essa leitura mas principalmente porque se iria expôr à essência da cultura peruana conhecendo os rituais do S.Pedro nas montanhas de Huaraz e a um nível de xamanismo que nunca tinha visto antes ao conhecer o poder dos ícaros dos Shipibo os guardiões das musicas medicina da amazónia.
País pelo qual viajou durante 2 anos desde o alto dos andes até ao baixo amazonas.
21 de Dezembro de 2012 na amazonia peruana
trabalhando no "Temple of the way of the light"
A experiência de trabalhar num centro de terapias com plantas medicinais amazónicas e onde trabalhavam 20 xamans shipibo foi para Helder algo que realmente para ele não há palavras para descrever.
O poder realmente vinha da ligação com as plantas, e estes homens e mulheres medicina trabalhavam a um nível em que conseguiam saber qual era a "canção" que cada planta tinha e usar essa canção para curar era realmente uma coisa de outro mundo.
O privilégio de privar com as canções dos mestres curandeiros guardiões desta tradição, com os onayas e com os menayas maestros curanderos como a grande mestra Olivia Arévalo foi algo que impactou Helder para o resto da sua vida.
Foi nessas experiências mágicas que também pôde encontrar as forças para seguir em frente e apesar de muitas vezes se manifestarem resistências das mais diferentes formas o saber que o Grande espírito e a Pachamama estavam presentes a cada momento e um de cada lado do seu caminhar levou a que pudesse encontrar outros mestres de outras tradições com que pudesse seguir no seu desenvolvimento espiritual.
Seguiram-se vários anos visitando locais arqueológicos como as pirâmides de Teotihuacan e de Giza, o Stonehenge, o Machu Pichu e especialmente o Huayna Pichu e o Cromeleque dos almendres, sempre tentando encontrar um fio condutor para o que foi o desenvolvimento do ser humano neste planeta.
Segue as suas viagens combinando com o estudo de diversas tribos e linhas tradicionais do xamanismo e ligação às plantas medicinais , que usa como oráculo, inspirado especialmente com os Queru dos andes, os Kamanawa da amazónia Brasileira e os Kogi da Colômbia aprendendo desde as suas tradições e costumes e também como forma de criar maior harmonia com a mãe terra, tudo isto aliado à investigação do Neo Xamanismo e novas abordagens a esta filosofia milenar do cuidado pelo planeta misturando o novo com o antigo.
Mas onde se sente mesmo em casa é no seu jardim e pomar onde faz melhoramento genético de plantas frutas e animais através de selecção genética e que transfere para o estudo da árvore da vida sephirotica, ao mesmo tempo que se tenta comunicar com a essência dos elementais e vedas da natureza que o rodeiam.
“Jallpaykusunchis"
Aho Mitakuye Oyasin
Ah Yum Hunab Ku,
Evan Maya E Ma Ho
Anar Kaluva Tielyanna
"Urpillay sonqollay"
shhhhhh
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